Valorização da mão de obra – a chave do sucesso empresarial

*Por Fábio Barros

Em 2023 observamos o setor de tecnologia enfrentar uma onda de demissões em massa, mas algumas empresas vão na contramão dessa tendência e buscam a valorização de seus colaboradores. Dados da McKinsey mostram que empresas que investem em seus funcionários têm retornos sobre o patrimônio líquido significativamente maiores, 22% contra 10% daquelas que não o fazem. A valorização da mão de obra é fundamental para o sucesso, com colaboradores motivados, produtivos e dedicados. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que instituições com políticas de incentivo interno apresentam retorno financeiro até três vezes maior.

Compreender as necessidades da empresa é essencial, adotando um modelo de trabalho flexível, com autonomia e confiança. Valorizar os funcionários é benefício intangível. Isso resulta em melhoria do clima organizacional e cultura colaborativa. Precisamos trabalhar o desafio de crescer mantendo a essência e a cultura.

Nosso setor de tecnologia enfrenta um déficit de profissionais qualificados. Dados do Fórum Econômico Mundial apontam que 55% das empresas do ramo têm lacunas de competências. No Brasil a situação se repete, com um déficit de 532 mil profissionais, segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais. Para enfrentar essa defasagem, algumas empresas investem na gestão do conhecimento e capacitação.

A chave é criar áreas de gestão do conhecimento, pesquisa e inovação, com foco em hard skills e tendências futuras. O relatório do Google for Startups revela que 57% das empresas brasileiras consideram o déficit de colaboradores qualificados o principal obstáculo para o desenvolvimento e uso de novas tecnologias, como, por exemplo, a Inteligência Artificial (IA).

Em 2023, cargos relacionados à inovação, transformação digital, e-commerce e desenvolvimento continuarão em alta no setor de tecnologia. Com investimentos em novas tecnologias, muitas empresas poderão se destacar no mercado e garantir o sucesso no futuro.

A crescente mudança no perfil das formações profissionais vai nos levar para o desenvolvimento de novos cargos e novas atividades que antes não existiam. As empresas que não se atentarem a isso terão problemas sérios de cadência nas suas entregas.

Ainda temos espaço para evitar um colapso produtivo, mas precisamos agir rápido.

* Empresário e CEO da Infox Tecnologia da Informação, empresa fundada em 1986 e especializada em automação de processos de negócios (BPM) e em monitoramento e gerenciamento de infraestrutura de software. É vice-presidente do Sindicato das Empresas de Software de Sergipe e cofundador da Escola Inlingua, em Aracaju (SE).